Muitos de nós já ouvimos falar sobre capacitismo, que se refere a discriminação e ao preconceito direcionados a pessoas com deficiência. Esse preconceito, que é estrutural, se revela na crença de que pessoas com deficiência são menos capazes do que a sociedade considera como padrão.
Muitas vezes, o capacitismo se apresenta de maneira tão estrutural que nem percebemos: são “brincadeiras” ou expressões muito usadas no nosso dia a dia, que de tão enraizadas, frequentemente nem pensamos sobre seus reais significados. Fingir demência, dar uma de João sem braço, deu mancada, você não tem cara de autista…
O capacitismo pode ainda se apresentar disfarçado de um cuidado excessivo, mas na verdade, o princípio sempre é a crença de que uma pessoa com alguma diferença não conseguiria exercer as mesmas funções de alguém considerado “perfeito”.
Quando falamos de mercado de trabalho, para além de todas as dificuldades que uma pessoa com TEA pode ter para ser selecionada para um emprego, com frequência ela ainda tem que enfrentar novamente o preconceito que vem com o estereótipo de que pessoas diagnosticadas com TEA devem, obrigatoriamente, apresentar um conhecimento acima da média a respeito de informática e, portanto, trabalhar com tecnologia. Ou ainda, serem pessoas que não se distraem e que têm “mania” de enfileirar e, consequentemente, trabalhar na organização.
Essa ideia de que autistas têm apenas habilidades com tecnologia ou organização, restringe e coloca a perder uma infinidade de possibilidades. Autistas podem ter interesses e habilidades em diversas áreas e podem trazer perspectivas e soluções de problemas para diversos setores.
Incluir é abraçar a diversidade em todas as suas formas, dando oportunidades para todo tipo de talento, dando oportunidades para que as pessoas realmente possam explorar suas potencialidades e contribuir de maneira efetiva com a sociedade.
Núcleo Passo a Passo