“Como me preparar? Será que vou dar conta? Alguém vai me ajudar? O que eu preciso saber de diferente?”
Várias dessas perguntas atravessam o pensamento dos professores prestes ao retorno do ano escolar, e geralmente podem vir carregadas de ansiedade, de crenças distorcidas sobre o TEA e de inseguranças quanto à inclusão desse aluno. Como o número de alunos diagnosticados com autismo nas escolas vem crescendo, todos os professores e monitores precisam de apoio e de buscar algumas ferramentas para atuarem da melhor forma possível rumo ao desenvolvimento da criança.
Inicialmente, gosto de lembrar ao professor, que ele não está sozinho. Família e profissionais que atendem a criança serão suporte essencial para o seu trabalho! Então, aproxime-se de ambos para conhecer o aluno, para lidar com dificuldades de comportamento/interação/comunicação. O seu interesse pelo aluno e sua disposição a fazer o que for melhor para ele, unirá cada vez mais esse tripé escola-profissionais-família, que é tão importante para o seu trabalho e para o desenvolvimento do aluno.
Outro ponto fundamental é que cada criança é única e não existe criança que não aprenda. Faça disso o seu lema, o seu direcionamento! Toda criança aprende, como, a partir de quais estímulos, o que aprender…isso que diferenciará a aprendizagem de cada criança. Também esqueça frases prontas como “Todo autista é…” , “Ele é autista, por isso…”. Não existe um padrão de comportamento autista; o espectro é amplo e isso quer dizer que cada criança terá necessidades e dificuldades muito diferentes dentro da comunicação/interação e comportamentos. Então, invista em conhecer esse aluno, como ele interage? Como ele se comunica? Do que ele gosta? Quais suas habilidades? Quais as reações que ele tem aos estímulos na sala de aula? Etc…
Outro desafio surge quando o aluno tem deficiência intelectual, ou outras comorbidades, inclusive o TDHA, que é bem comum. Conhecer tais dificuldades ajuda o professor na programação das atividades, na estruturação da rotina e das tarefas, no nível de exigência e de ajuda que ele precisa durante o ano escolar.
Portanto, são muitos desafios que norteiam a inclusão da criança com TEA na escola e por isso o professor deve buscar formação, através de cursos, estudos, pesquisas sobre metodologia; além da orientação dos profissionais que trabalham com o seu aluno. A capacitação do professor ajuda para que ele tenha mais empatia e faça intervenções mais adequadas, levando ao maior bem-estar nessa relação professor-aluno!
Ótimo ano escolar a todos e lembre-se que no Passo a Passo estamos sempre à disposição para favorecer o trabalho do professor e das escolas!
Texto escrito pela psicóloga do Núcleo Passo a Passo, Juliana Campos de Jesus.